2ª SEMANA DA RADIO

martes, 19 de enero de 2010

Entrevista a Kike Benlloch

Antes de comezar a entrevista facemos mención en que non está en galego normativo porque foi así como Kike preferiu contestar, e nós o respectamos.


1) Cal foi o primeiro cómic que escribiches?
"Nieve negra (en el cajón de la mesilla de noche)" -que título, eh!-, publicado pola editorial La Factoría de Ideas (Madrid, 1999-2000), dous números de 24 pp.

2) De que cómic estás máis orgulloso?
Os cómics som como filhos e custa escolher, porque a todos lhes queres, foi tanto o tempo e mais a estima investidos neles... Mas a debilidade persoal vai para Dámsmitt, Freda e Pinche Mundo, por serem os primeiros, por ser obras mui persoais e porque todos coincidirom com momentos importantes na minha vida. Tamém estou especialmente satisfeito com Rara Avis e com Cuimhne. Digamos que essas cinco monografias (chamemos-lhe álbum, novela gráfica o simplesmente banda desenhada) feitas cada umha com um desenhador concreto som as minhas preferidas. Parece-me nengumha se parece às outras quatro.

3) Cal foi o teu cómic que acadou máis éxito?
A verdade é que nom o sei. Sei que Freda foi o primeiro cómic de Espanha em entrar na selecçom internacional White Ravens, e Dámsmitt escolhera-o umha revista entre os melhores títulos do seu ano, mas nom me considero um autor com especial sucesso, polo que à hora de escrever nom hai mais motivaçom que a vontade de contar umha história que me tenha namorado.

4) En que te inspiras para crear as historias?
Varia muito. Às vezes é só umha imagem concreta, às vezes é um tema em abstracto que queres tratar e depois vais encontrando como dar-lhe forma. Freda surgiu dumha proposta de Alberto, que queria fazer um cómic sobre a emigraçom, entom eu o que fixem foi contar cousas mui persoais, minhas ou da minha família ou de conhecidos, relacionadas com este tema. Dámsmitt nasceu da imagem dumha caixa fechada coa que um funcionário está obsesionado, ia ser um relato breve de só 6 ou 12 páginas, e foi crescendo até as sessenta e tantas páginas. Rara Avis surgiu dumha conversa dum amigo que me encontrei no comboio e que me dixo que se ia fazer tatuador profissional. Pinche Mundo parte tamém dumha imagem estranha, a dum vendedor a domicílio americano petando nas portas de casas de México sem que ninguém lhe faga caso. Assim que depende. Ti o que tens que ir fazendo é captar inumeráveis ideias e depois vais peneirando, a maioria descarta-las e ficam as mais intensas que som as que se desenvolvem dentro da cabeza e depois por escrito.

Umha cousa mui curiosa é que depois no desenvolvemento da história vejo como a personalidade do desenhador a vou projectando nos protagonistas. Por exemplo, Rulmárus é um tipo afável como Manel (Cráneo), em quanto em Dámsmitt projectei o que menos gosto de mim mesmo. Em Manu, o rapaz de "Freda", puxem cousas que daquela apreviava da personalidade de Alberto (Vázquez). Em Cuimhne hai cousas de Jose (Domingo), e assim sucessivamente. Nom é um processo de identificaçom total, mas produze-se, e é algo que me acontece de cote.

5) Que lle queres transmitir aos teus lectores?
Suponho que umha forma de ver o mundo. Ou várias, as dos distintos personagens, mas a minha sempre está aí tamém, claramente.

6) Porque decidiches dedicarte aos cómics?
De pequeno queria ser arqueólogo mas depois nom estudei História, senom Informática, hoje em dia trabalho no campo da cultura, como gestor cultural / informático, mas os cómics nom som a minha profissom senom outra cousa, digamos que umha forma de expressom persoal.

A banda desenhada combina a palavra e a ilustraçom como nengumha outra arte. E pode ser entretimento ou crítica política. Pode ser pedagogia ou poesia. Todas as formas do texto, desde a narrativa ao jornalismo, colhem nos cómics, e tamém todas as técnicas e formas visuais. Por isso o cómic é único.

7) Estás contento cos debuxantes que ilustraron os teus cómics?
Muitíssimo! Especialmente com Diego Blanco, Manel Cráneo e Jose Domingo, que som cos que trabalhei durante mais tempo continuado. Diego é um fora de série, Manel é um poço sem fundo de ideias e criatividade, e Jose é um dos melhores desenhadores que tenho conhecido. Levo escrito para 24 desenhadores e com todos gostaria de voltar a fazer cómics nalgum momento.

8) A quen admiras nese mundo?
Se começasse a dar nomes nom acabava, mas por dizer umha mão-cheia: Osamu Tezuka. Joann Sfar. Beto Hernández. Jaime Hernández. Blutch. Os duos Muñoz & Sampayo e Koike & Kojima. Robert Crumb. Daniel Clowes. Alan Moore. Jack Kirby. Shigeru Mizuki. Christophe Blain. Albert Monteys.

9) Que tipo de traballo gustaríache facer no futuro?
Simplesmente gostaria de acabar de escrever e publicar os cómics nos que trabalho, que som muitos. Em concreto hai 2 ou 3 histórias longas coas que já estou tam ilusionado como com Dámsmitt ou Pinche Mundo.

10) A que outra cousa gustaríache adicarte?
A nengumha outra mais que a esta. Talvez escrever para TV mas é mui difícil ter o controle criativo sobre umha obra tam complexa e colectiva como umha telesérie igual que se tem sobre um cómic, à parte que duvido que um produtor audiovisual me confiasse algo assim a mim :-P

11) Gustaríache que algún cómic teu se convertira nunha película ou nunha serie?
Claro, encantaria-me, imagino Dámsmitt como filme de animaçom, ainda que está claro que se trataria dum produto distinto, à parte. Ademais, vejo-o impossível porque nom está normalizado o trasvase do cómic para outros meios no nosso mercado como acontece em superpotências culturais como Japom ou nos Estados Unidos. França está fazendo-se um buraco, e no bom caminho.

Ainda assim, para mim a banda desenhada é um fim em si mesma, nom um meio para nengumha outra cousa.